03 DE OUTUBRO – DIA MUNDIAL DO DENTISTA

03 DE OUTUBRO – DIA MUNDIAL DO DENTISTA

“O dentista cria sorrisos e transforma a vida em arte.”

O dentista é um profissional tão importante que, no Brasil, há duas datas em outubro para homenageá-lo: 03 e 25 de outubro. Uma mundial, outra nacional.

A mundial tem origem no fato de haver sido instituído, no dia 03 de outubro de 1840, o Curso de Odontologia no Baltimore College of Dental Surgery, na cidade portuária de Baltimore, em Maryland, Estados Unidos. A data como Dia 'Mundial' da Odontologia justifica-se porque, quando o Baltimore College ofereceu os primeiros certificados da profissão, dentistas do mundo todo afluíram para os Estados Unidos buscando conhecimento para o expandir em seus países de origem. A partir de então, a profissão experimentou um crescimento e um desenvolvimento acentuados e a data se tornou um divisor de águas na História da Odontologia.

A segunda data, de forma semelhante, tem origem no fato de terem sido criados, no dia 25 de outubro de 1884, os dois primeiros Cursos de Odontologia no Brasil, um na Bahia e outro no Rio de Janeiro, conforme Decreto-Lei nº 9311, promulgado pelo Imperador D. Pedro II. Quase 80 anos depois, em 14 de abril de 1964, no final do Governo João Goulart (1961 – 1964) e um dia antes de iniciar o Governo Castello Branco (1964 – 1967), a data foi oficializada pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), conforme Lei nº 4324.

Referência internacional de boas práticas, a Odontologia brasileira está entre as mais destacadas no concerto internacional, pela sua pujança, criatividade e qualidade clínico-científica. Tanto no que diz respeito a materiais e equipamentos, quanto em técnica e prática clínicas, nada a dever aos países mais desenvolvidos.


Um pouco de História

No passado não muito distante, até o início do século XX, as extrações eram sem anestesia e até mesmo com as mãos. Medicos nem tocavam na boca de pacientes. Para eles era um horror. Então os primeiros “dentistas” foram os barbeiros que realizavam práticas odontológicas precariamente. Não havia exames para identificar os males bucais e tudo era resolvido com a “extração da causa”, um requinte de tortura sem anestesia.

Segundo Paulo Bueno, diretor e curador do Instituto Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo (IMOSP) “os médicos não queriam colocar as mãos na boca das pessoas. Aí acabou sobrando para os barbeiros se aventurarem nesse ramo...”. Continua o curador: “Se o dente doía, eles entendiam que era uma infecção que precisava de extração. Não sabiam dizer nem que tipo de infecção era e nem conheciam outra forma de curá-la. Na hora de retirar o dente, eles chegavam a estourar a boca da pessoa com instrumentos improvisados e até quebravam outros dentes sadios.” (https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/saude-bucal/atualidades/antigamente). A partir de 1840, com o nascimento da primeira faculdade de Odontologia, tudo começou a mudar.

Retornando um século, temos Pierre Fauchard (1679 – 1761), que descreveu a anatomia da boca, suas funções básicas e principais sintomas de algumas patologias orais, métodos para a realização de tratamentos restaurativos, ortodônticos ou de extração dos dentes, por isso é considerado o “Pai da Odontologia Moderna”. Mas foi a partir da introdução da anestesia, inventada por Horace Wells (1815-1848), que começa a grande revolução nos tratamentos odontológicos. “A anestesia com éter foi descoberta em Boston na década de 1840. Anos antes, em 1831, o clorofórmio havia sido elaborado. O médico escocês Sir James Simpson de Edimburgo foi o primeiro a usá-lo como anestésico em 1847, mas só foi largamente aceito na medicina por volta de 1853.”. (https://www.infoescola.com/medicina/historia-da-anestesia). Portanto, 1840 é um ano emblemático para a Odontologia, por colocar em prática os conhecimentos de Fauchard e passar a ser usada a anestesia com mais regularidade a partir de 1884.

“Ao percorrer os escritos da história da odontologia, observa-se que durante muito tempo foi praticada sem nenhuma formação educacional, e que o tratamento odontológico, era restrito apenas a remoção de dentes, sendo executado por ‘barbeiros sangradores’, pessoas com conhecimento prático de extrações dentarias, até que em 1728, o francês Pierre Fauchard, mesmo sem um maior desenvolvimento dos anestésicos, revolucionou as práticas odontológicas, através da criação de novas técnicas e instrumentos especialmente concebidos para o trato com os dentes.” (Danilo Mota de Jesus, in O Ensino de Odontologia na América do Século XIX)

Vamos dar um salto para o século XX. Depois da anestesia, os Raios-X são os grandes revolucionários. Ampliam as possibilidades de diagnósticos e novas técnicas de tratamento, pois uma nova "visão" do corpo humano dá uma nova perspectiva aos profissionais da saúde. 

Descobertos pelo físico Wilhelm Conrad Roentgen (1845 – 1923), ao detectar a radiação eletromagnética, os R-X passam por várias fases até entrar definitivamente na Odontologia, a partir da “técnica da bissetriz” que considerava o ângulo entre os eixos do dente e do feixe de raios, adotada em 1907 pelo polonês Antoni Cieszinsky (1882 – 1882), patenteada no Estados Unidos.

Era muito comum dentistas, nos primeiros cinquenta anos do século XX, exibirem a placa “Temos RX” como diferencial de tratamento, tal era o impacto da nova tecnologia nos diagnósticos e na aplicação de novas técnicas de tratamento.

Dos aparelhos rudimentares de Raios-X, melhorados pelo tubo de vácuo, depois pelo colimador, que reduziram drasticamente os efeitos da radiação secundária em profissionais e pacientes, até os aparelhos digitais com baixa dosagem, chegando aos panorâmicos, cefalostáticos e tomógrafos, o diagnóstico por imagem mudou a história dos tratamentos odontológicos.

Nos Anos Cinquenta, foi a vez de outro marco na evolução da Odontologia: em 1956, um sueco, Ivor Norlén, patenteou nos Estados Unidos a turbina a ar comprimido para uso na Odontologia, originalmente com 70.000 rpm, conhecida hoje entre nós ‘Caneta de Alta Rotação’, chegando a 400.000 rpm. Na onda da turbina, surgiu o Baixa Rotação, com 10.000 rpm, conhecido como ‘Micromotor’, hoje com regulagem de rotação entre 3.000 a 25.000 rpm permitindo várias técnicas de uso, ao qual se acoplam contra ângulos e peças retas. Surgem, com menor expressão revolucionário mas não menos importantes, os tubos de sucção baseados nas técnicas do físico italiano Giovanni Battista Venturi (1746 – 1822), que mudaram completamente a visibilidade e as facilidades de operação, principalmente nas intervenções cirúrgicas com muita hemorragia. As bombas de vácuo vieram para melhorar as técnicas de sucção e minimizar as dificuldades das cirurgias onde havia as tais hemorragias intensas e grande presença de líquidos e outros fluidos. Mas a Caneta de Alta Rotação continua sendo a grande estrela na revolução dos tratamentos naquela década.

Apesar de a história dos instrumentos dentários datar dos tempos dos caldeus (a Caldeia ficava onde hoje estão Turquia, Síria e Iraque, ao sul da Mesopotâmia) e do Egito Antigo, é com o desenvolvimento de equipamentos odontológicos, em meados do século XX, que o cotidiano dos profissionais da Odontologia muda aceleradamente. Até então, os dentistas trabalhavam em pé e passam a trabalhar sentados resultado dos avanços ergonômicos que, na Odontologia, devem muito ao polonês Wojciech Jarstembowsky (1799 – 1882), considerado o ‘Pai da Ergonomia’.

Já que não era possível simplificar a boca, foi simplificada a forma de trabalhar nela.

Foi uma grande revolução no cotidiano dos dentista, principalmente no que diz respeito a doenças no e do trabalho. Os equipamentos, com os avanços da Ergonomia, conceitualmente chegam ao que conhecemos hoje.

Outra grande revolução foi aplicação de pontas ultrassônicas, incialmente com transdutores magnetoestrictivos depois piezoelétricos, para remoção de biofilmes mineralizados (tártaros), e pontas atomizadas com ar, água e pó de bicarbonato, para remoção de biofilmes não-mineralizados (placas bacterianas), minimizando o uso tradicional dos raspadores manuais e taças de borracha nas profilaxias dentais. Foi um grande avanço na Periodontia com redução de tempo, melhoria de resultados nos tratamento profiláticos, remoção dos tártoros subgengivais, preservação da superfície dos dentes, conforto para os pacientes etc. Da aplicação periodôntica, o uso da transdução ultrassônica migrou para a aplicação endodôntica e ganhou novas técnicas com as pontas ativas diamantadas, sendo utilizado em cirurgias. 

Por fim, chegamos na Era Digital contribuindo com técnicas impensáveis na Odontologia até pouco tempo atrás! Com o avanço da nanotecnologia e das tecnologias de informação, o mundo não é mais o mesmo e a Odontologia caminha paripassu com toda essa evolução.

Hoje tem-se o escaneamento intraoral com rapidez e precisão nos tratamentos; a tecnologia CAD/CAM que possibilita réplicas 3D que eliminam o tradicional gesso, por exemplo; o surgimento das próteses de zircônia, com mais brilho, resistência e novo impulso estético; os aparelhos ortodônticos invisíveis cujos benefícios estéticos são óbvios para o paciente; as cirurgias guiadas que reduzem as incisões e potencializam a recuperação dos pacientes; os prontuários digitais que racionalizam a gestão de dados e favorecem a interação entre profissionais; as membranas enriquecidas de plaquetas e leucócitos, conhecidas como ‘membrana L-PRF’, que contribuem com a regeneração óssea, cicatrização e redução de edemas; as anestesias eletrônicas mais precisas, menos invasivas e com mais controle do fluxo injetado. Nãopara por aí. Há tantas outras conquistas e possibilidades que chegam, potencializadas com a Tecnologia 5G que amplia o acesso a inúmeros outros benefícios!

Não nos esqueçamos do avanço imenso que as tecnologias de controle de infecção ganharam com as autoclaves digitais a vácuo, com injeção de vapor, com ciclos de pressão negativa antes da fase de esterilização para eliminar bolhas de ar dos materiais críticos, com novos sensores microprocessados de temperatura e pressão que conferem mais estabilidade, equilíbrio e qualidade ao processo de esterilização, com os filtros bacteriológicos de alta densidade que impedem a recontaminação de materiais críticos durante o quebra-vácuo e processo de secagem, preservando, assim, a esterilidade do material até o momento do reuso, com os registros eletrônicos de dados que favorecem a gestão de materiais e dão mais segurança aos profissionais e pacientes, com os programas de validação dos processos que preventivamente identificam possíveis falhas de esterilização. Tudo isso muda completamente os paradigmas de controle de infecção dentro dos ambientes clínicos e centrais de materiais e esterilização (CME), especialmente importantes para as especialidades críticas da Odontologia. Mais segurança para o profissional e para o paciente.


Reconhecimento e Homenagem

O dentista não é apenas o profissional que trata dos dentes. Ele cuida de pessoas. Ele cuida da saúde geral, com reflexos físicos, psicológicos, comportamentais na vida de todos nós.

A boca é a entrada de alimentação, bebida, coadjuvante importante do sistema respiratório e a caixa de ressonância do mais importante veículo de interação social, a fala. Praticamente a totalidade das relações humanas está associada à saúde oral e estética da boca. E mesmo para quem não tem como fazer uso da fala, a boca é instrumento importante em suas relações sociais.

O dentista é peça-chave na construção da autoestima de seus pacientes. Ele muda suas vidas pessoais radicalmente. Abre-lhes espaços profissionais para novas conquistas, novas relações amorosas e amplia os círculos de amizade.

Não há dúvidas de que o sorriso de uma pessoa é seu cartão de apresentação. Ninguém resiste ao poder de encantamento de um belo sorriso.

Portanto, por tudo isso e além, o papel social do profissional é imprescindível. E neste 03 de outubro, Dia Mundial do Dentista, a Woson o reverencia e rende sua homenagem.

Parabéns, Dentista! Por você criar sorrisos e  transformar a vida em arte.


Woson
Onde há excelência, a revolução acontece.

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Waldomiro Peixoto
Consultor Técnico Woson