AGOSTO DOURADO E A SEMANA MUNDIAL DO ALEITAMENTO MATERNO.

AGOSTO DOURADO E A SEMANA MUNDIAL DO ALEITAMENTO MATERNO.

A SAÚDE EMOCIONAL TEM RELAÇÃO DIRETA COM A OPORTUNIDADE DE TER PODIDO MAMAR E SER ALIMENTADO EXCLUSIVAMENTE COM O LEITE MATERNO ATÉ OS 6 MESES E COM O ACONCHEGO NO SEIO DA MÃE ATÉ OS 2 ANOS.

No mês de agosto tradicionalmente se comemora o Dias dos Pais, mas é um importante mês das mães, também! O Dia Mundial da Amamentação é 1º de agosto e abre, em 2021, a Semana Mundial do Aleitamento Materno, dois temas altamente relevantes, com profundas implicações sociais que despertam a atenção dos Governos do mundo todo. 

A amamentação deve ser a única fonte de alimentação de um bebê em seus primeiros 6 meses de vida. O leite materno, além de possuir todos os nutrientes que uma criança precisa até esta idade, também a protege de doenças e diminui o risco de obesidade. A partir de 6 meses, o aleitamento pode ser complementado, sob orientação médica.

A Semana Mundial de Aleitamento Materno iniciou-se em 1990, com o encontro da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Unicef, que resultou na histórica “Declaração de Innocenti”, apoiada pela A.I.D United States Agency for International Development e da SIDA - Swedish International Development Authority, na Itália.


Esta Declaração reconheceu que o Aleitamento Materno reduz a morbo mortalidade infantil, a incidência de doenças infecciosas, proporciona nutrição de alta qualidade, contribui para o crescimento e desenvolvimento do bebê, cria condições para ser um adulto saudável, reduz os riscos de câncer e anemia da mãe e traz inquestionáveis benefícios econômicos primeiro para família e, por óbvio, para a nação. Baseada em dados científicos, a OMS e Unicef enfatizam, neste encontro de 1990, que:  

1- as mulheres devem estar capacitadas a praticar o Aleitamento Materno Exclusivo do nascimento até os primeiros 6 meses de vida da criança;
2- as mulheres devem introduzir a alimentação complementar orientada por especialistas, até 2 anos;
3- as mulheres estejam devidamente alimentadas para elevar seu próprio nível de saúde e de suas famílias;
4- as mulheres tenham acesso a informações e serviços sobre planejamento familiar;
5- a alimentação ideal deve ser alcançada por meio da criação de um processo de conscientização e de apoio compartilhado por todos;
6- os países devem reforçar a cultura do aleitamento materno e combater a cultura da mamadeira;
7- os países devem adotar, via campanhas, políticas governamentais para aumentar a confiança da mulher em sua habilidade de amamentar;
8- os países devem implantar políticas nacionais de aleitamento materno, estabelecendo metas, criando indicadores dos benefícios diretos decorrentes do Aleitamento Materno Exclusivo.

Algumas metas possíveis até 1995 foram estabelecidas naquele ano:

1- todos os países nomearem coordenação nacional de Aleitamento Materno;
2- estabelecerem comitê nacional de Aleitamento Materno com membros do Governo e de organizações não-governamentais para garantir o sucesso do Aleitamento Materno;
3- implementar na íntegra o Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno, conhecido no mundo da publicidade e entre as grandes corporações por “Alimentos SLM”;
4- implementar as resoluções da Assembleia da OMS;
5- elaborar legislação de proteção ao direito ao aleitamento da mulher trabalhadora e criar meios para sua implementação.

Em 1991 foi fundada a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA - The World Alliance of Pro-Breastfeeding Action). Em 1992, a WABA criou a Semana Mundial de Aleitamento Materno, com a participação de cerca de 120 países. Desde 2016, a WABA desenvolve campanhas para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), e contribuiu significativamente com a Agenda 2030 da ONU.

A amamentação continua sendo um dos melhores investimentos para salvar vidas infantis e melhorar a saúde, o desenvolvimento social e econômico dos indivíduos e nações. Uma grande nação só se constrói com uma população saudável. O leite materno é o alimento mais completo, por isso é considerado de grande impacto na redução da mortalidade e morbidade neonatal e infantil. Por meio dele, o bebê recebe os anticorpos da mãe que o protegem contra diarreia, infecções, obesidade e doenças respiratórias. O ato de mamar é um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança, formação de dentes fortes e dentição saudável, desenvolvimento da fala e das vias respiratórias. Outra vantagem, comprovada pelos Estudos da Ciência, é a redução em 41% do risco de morte de crianças quando comparadas amamentação exclusiva com amamentação predominante.

Os benefícios da amamentação exclusiva também se estendem à mãe. Proteção maior contra o câncer de mama e de ovário. Redução do risco de hemorragia após parto. Redução de osteoporose. Proteção contra infarto, hipertensão arterial e colesterol alto. Redução do risco de desenvolver diabetes tipo 2 e artrite reumatoide. Com a liberação de hormônios de prolactina e ocitocina, promove sentimento de amor e apego com o bebê. O aleitamento materno exclusivo atrasa o retorno do período menstrual da mãe e prolonga o tempo entre gestações; logo, contribui com o controle familiar.

As políticas públicas em benefício do Aleitamento Materno permanecem desafiadas e desafiadoras! Nos últimos 30 anos, depois do histórico encontro da OMS e Unicef, a sociedade mudou muito, assim como o papel da mulher. Isso resulta que os desafios apresentam novas faces e continuam magnificados! O Aleitamento Materno, em que pese a maior consciência coletiva de sua importância na construção de uma sociedade em busca de saúde e bem-estar plenos, não se tornou um desafio menor. 

Entre nós, no Brasil, em abril de 2017, foi instituído que agosto é o Mês do Aleitamento Materno pela Lei nº 13.435/2.017, para intensificar ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento, realizando palestras e eventos, reuniões com a comunidade, ações de divulgação em espaços públicos e iluminação ou decoração de espaços com a cor dourada.

A grande pergunta, em 2021, é: como conciliar a vida, em tempos de pandemia da covid-19 e de uma sociedade ultra conectada em que a mulher tem estado em todos os setores da sociedade e ainda tem de conciliar a desafio pontual, e muito específico dela, de continuar amamentando? É um mega desafio coletivo, porque a saúde e o bem-estar das novas gerações são um dever de todos e não uma responsabilidade a pesar somente sobre os ombros da mulher. O Aleitamento Materno continua um grande desafio para o bebê, para a mamãe, para o meio onde ambos vivem e um desafio também econômico por afetar a sociedade em todas as frentes! Uma nação forte se constrói com pessoas fortes, com indivíduos saudáveis.


O tema de 2021, “PROTEJA A AMAMENTAÇÃO: UMA RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA”, é oportuno, porque deixa claro que o Aleitamento Materno Exclusivo é compromisso que não renuncia à contribuição de todos os setores da sociedade, passando, de forma transversal, do indivíduo ao absoluto coletivo, e não fica fora da “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” da ONU. Seus pilares são:

informar as pessoas sobre a importância de proteger a amamentação.
apoiar a amamentação como uma responsabilidade vital de saúde pública.
articular-se com indivíduos e organizações para maior impacto.
e potencializar ações para proteger o aleitamento materno para melhorar a saúde coletiva.

O pediatra Dr. José Luiz Setúbal, presidente do Conselho do Hospital Sabará e da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, afirma que “a amamentação fornece uma experiência emocional única para a mãe e o bebê. Amamentar é o único comportamento parental que só a mãe pode fazer por seu bebê, criando uma única e poderosa conexão física e emocional”. A saúde emocional tem relação direta com a oportunidade de ter podido mamar e ser alimentado com o leite materno exclusivamente até 6 meses e com o aconchego, nos seios da mãe, até os 2 anos de idade.

A Woson, ao desenvolver suas atividades, está compromissada com a saúde e o bem-estar, compartilha da responsabilidade coletiva com a consciência de que o futuro das novas gerações tem a ver com a preservação das condições para as mulheres seguirem cumprindo seu papel, com respeito e dignidade.

Jeito Woson de Praticar Saúde.

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Waldomiro Peixoto
Consultor Técnico Woson