QUAL A DIFERENÇA DE RESULTADOS NA ESTERILIZAÇÃO COM VAPOR SATURADO E INJETADO.

QUAL A DIFERENÇA DE RESULTADOS NA ESTERILIZAÇÃO COM VAPOR SATURADO E INJETADO.

O VAPOR SATURADO E O VAPOR INJETADO SÃO UTILIZADOS RESPECTIVAMENTE EM AUTOCLAVES GRAVITACIONAIS E PRÉ-VÁCUO. SAIBA AS DIFERENÇAS NO RESULTADO DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO.

Os 3 Pilares da esterilização de materiais para área de saúde.  


Um processo de esterilização de materiais para a Saúde tem 3 pilares: pressão (a vapor), temperatura e tempo. Por exemplo, um produto é esterilizado dentro da câmara de autoclave quando submetido a pressão de 210 kPa (ou 2,1Bar), temperatura de 134°C, durante 210 segundos.

 

Vapor Saturado 

O vapor utilizado para um processo de esterilização é o saturado. Didaticamente pode-se dizer que a saturação da água e do vapor ocorre em temperatura e pressão em que vapor e água podem coexistir no mesmo ambiente fechado.

O vapor decorre de um processo físico em que haja mudança de estado líquido para gasoso, quando atinge o 'ponto de ebulição'. Ao haver troca térmica, aumentam-se o grau de agitação das partículas e a pressão interna, tornando as ligações mais instáveis entre as moléculas de água. A este ponto de instabilidade chamamos 'ponto de ebulição' e varia de temperatura dependendo da altitude. 

Por exemplo, o ponto de ebulição acontece aos 100°C se a altitude é zero e a pressão atmosférica é de 1 atmosfera (atm) ou 760 mmHg. Esse ponto de ebulição, no pico do Monte Everest, no Himalaia, a 8.848m de altitude e 240 mmHg, ocorre quando a temperatura atinge 71°C. 

Portanto, quanto maior a altitude menor será o ponto de ebulição. 

Nas autoclaves gravitacionais, a resistência fica imersa em água, na parte inferior da câmara de inox. A resistência elétrica se aquece, aquece a câmara de inox e a água, até esta atingir o ponto de ebulição e mudar-se de estado líquido para gasoso. O gás ou vapor expande-se dentro da câmara de inox 100% vedada e, não tendo por onde escapar, cria pressão. O calor latente contido no vapor é transferido para os materiais (que devem ser termo resistentes) - envelopados/empacotados ou não - e dá-se, assim, início ao processo de esterilização quando os 3 pilares - temperatura, pressão e tempo - atingem os valores do primeiro parágrafo.

Nas autoclaves Classe N ou gravitacionais, a água destilada é colocada diretamente dentro da câmara de inox, que submerge a resistência, aquece-se, atinge o ponto de ebulição, gera vapor, aumenta a pressão até atingir 210 kPa, temperatura de 134°C e submeter o material ao processo de esterilização, durante o tempo determinado pelas Normas Técnicas, e mata as formas microbianas de vida.

Observem que, conforme descrito acima, vapor e água coexistem no mesmo ambiente fechado. Não é o que ocorre com as autoclaves Classe B Pré-vácuo, por utilizarem vapor injetado. 

 

Vapor injetado 

Nas autoclaves Classe B Pré-vácuo, a água destilada (ou purificada por osmose reversa) é submetida a uma máquina de vapor por pulsos tipo PWM (Pulse-Width Modulation, sigla em inglês) fora da câmara de inox. Na máquina se produz vapor saturado para ser injetado dentro da câmara de inox.

Enquanto a máquina PMW produz vapor fora da câmara de inox, uma bomba de vácuo atua e gera pressão negativa de 80 kPa dentro da câmara de inox. Quando a pressão de -80kPa é atingida, ocorre uma abertura de válvula e a injeção de vapor dentro dela.  

Esse processo de pressão negativa e injeção de vapor, simultâneos e conjugados, se repete 3 vezes, antes de entrar na fase de esterilização. Estes 3 pré-vácuos têm a finalidade de retirar bolhas de ar da câmara de inox e do interior do material envelopado. 

Sem bolhas de ar e com o vapor inoculado em sua estrutura profunda, as cargas, dentro dos envelopes, adquirem condições satisfatórias para iniciar a fase de esterilização.

Depois do 3° pré-vácuo, a pressão positiva atinge o patamar de esterilização ao alcançar os 210 kPa, 134°C e dar início à fase de esterilização, durante 210 segundos, seguida da secagem absoluta a vácuo e depois do quebra-vácuo via filtro bacteriano.

O gráfico abaixo ilustra, com clareza, a sequência de fases em que ocorre o ciclo completo de esterilização e secagem a vácuo. 

Gráfico do Processo Classe B

QUAL A DIFERENÇA DE RESULTADOS NA ESTERILIZAÇÃO COM VAPOR SATURADO E INJETADO.

 

Vantagens da esterilização a vácuo com vapor injetado, nas autoclaves Classe B Pré-Vácuo.

1- Esterilização garantida pelo fato de as cargas terem sido submetidas à autoclavagem em condições ideais.

2- Universalidade de materiais autoclaváveis disponíveis no mercado (têxteis, ocos, acanulados, borrachas, rugosos, articulados, superfícies diamantadas, peças-de-mão com engrenagens, dutos e rolamentos) pela ação direta do vapor potencializada pelo vácuo.

3- Mais pureza de vapor pelo sistema de injeção, resultando em conservação dos instrumentos metálicos e peças-de-mão.

4- Possibilidade de aplicação de testes Bowie & Dick, Helix e leak-test.

5- Secagem absoluta a vácuo com porta fechada, associada à admissão de ar pelo filtro bacteriano de alta densidade, assegurando a esterilidade do material autoclavado.  

6- Ganho de tempo decorrente de ciclos mais rápidos.

7- Registro eletrônico de dados e emissão de relatórios que facilitam a gestão de materiais.

8- Resultados de esterilização que garantem segurança absoluta para profissionais e pacientes, indispensáveis nas especialidades cujos procedimentos sejam considerados altamente desafiadores e críticos.

 

Woson

Biossegurança com responsabilidade

Leia mais:https://youtu.be/6KbSAIyiwGE

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Waldomiro Peixoto
Consultor Técnico Woson