A ÁGUA IDEAL EM CENTRAIS DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO (CME).

A ÁGUA IDEAL EM CENTRAIS DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO (CME).

A ÁGUA É UM BEM NOBRE E VITAL. POSSUI INUMERÁVEIS APLICAÇÕES. QUAL É A ÁGUA IDEAL? PARA RESPONDER, É PRECISO SABER A QUE FIM SE DESTINA.

A água é um bem nobre e vital. Precisa você de água para quê, com que fim vai utilizá-la? 

De forma geral, se o uso for em uma Central de Materiais e Esterilização, CME, pelo menos três tipos de água devem ser usados, conforme os Procedimentos Operacionais Padrão, POP determinados pela RDC 15, de março de 2012:

  • para pré-lavagem;
  • para enxágue;
  • e para esterilização.

Numa CME a água pode ser utilizada para pré-lavagem de instrumentais, seguida de lavagem mecânica manual e lavagem ultrassônica. Para enxágue de materiais limpos, seguido da secagem e embalagem. E para autoclavagem, quando, na condição de destilada em extremo grau de pureza, é base para gerar o vapor que penetra nas cargas embaladas com o fim de esterilizá-las.

Portanto, são 3 usos distintos e protocolares que requerem águas com características e qualificações diferentes.

 

Pré-lavagem de Instrumentos:

A água para pré-lavagem pode ser a mesma que jorra da torneira dentro de uma cuba de inox profunda e apropriada a este fim, conhecida como água-dura.

O usuário deverá estar atento à qualidade da água que recebe da Rede Pública e distribuída para consumo geral. Pode ser que seja necessário um pré-tratamento com um filtro de areia na entrada do prédio, por exemplo, para obtenção do líquido o mais puro possível e qualidade suficiente para pré-lavagem, com bom índice de potabilidade antes de ser armazenada na caixa d’água e distribuída nas tubulações do prédio.

 

Enxágue de Instrumentos:

A água utilizada para o enxágue do material, depois de pré-lavado e submetido a limpeza profunda na cuba ultrassônica, deve ser no mínimo filtrada.

Melhor se puder ser purificada com significativa redução de metais pesados, porque esse procedimento vai auxiliar na qualidade da esterilização, minimizando riscos de manchas, oxidação ou danos em superfícies e fios de instrumentos. Para isso, podem ser utilizados filtros de polpa de celulose de 25µ associado a outro filtro de carvão ativado.

O enxágue de material com articulação ou lumens (ocos e acanulados) ganha eficácia se puder ser feito com pistola de água sob pressão.

A secagem do material e a embalagem, após o enxágue, merecem um pequeno comentário. A secagem pode ser feita com pistola de ar pressurizado, produzido por um compressor isento de óleo e rede tratada por filtro coalescente e de carvão ativado, ideal para eliminar umidade de superfícies rugosas ou granuladas, articulações ou lumens. A embalagem deve ser realizada com seladora que proporciona solda de qualidade comprovada para não haver descolamento durante a ação do vapor durante a esterilização, depois durante a manipulação e armazenamento, até o reuso.  

“O enxágue de produtos para saúde dever ser realizado com água que atenda aos padrões de potabilidade definidos em normatização específica.” (RDC 15, artigo 68). “O enxágue final de produtos para saúde críticos utilizados em cirurgias de implantes ortopédicos, oftalmológicos, cirurgias cardíacas e neurológicas deve sem realizado com água purificada.” (Parágrafo único) 

 

Esterilização:

A água que vai ser utilizada no terceiro momento para esterilização – seja em autoclaves gravitacionais Classe N ou pré-vácuo Classe B- obrigatoriamente tem que ser destilada de boa qualidade, com alto índice de pureza e isenta ao máximo de metais pesados. Ou pode ser utilizada água purificada pelo método de osmose reversa, com índice de condutividade próximo de zero.

Os esterilizadores Classe B, que utilizam injeção de vapor associada a pré-vácuos, normalmente possuem sensores de qualidade da água que detectam o índice de condutividade do líquido destilado. Se esta estiver acima do índice recomendado, o equipamento poderá abortar o processo de esterilização, como medida de proteção contra danos do equipamento e dos instrumentais a esterilizar.

O Artigo 74, da RDC 15, diz, a respeito de monitoramento da água e seus registros de dados, que deve ser feita “a mensuração da água, ph, íons cloreto, cobre, ferro, manganês e a carga microbiana nos pontos de enxágue da área de limpeza”.

Os Procedimentos Operacionais Padrão determinados pela RDC 15, para um resultado satisfatório no controle de infecção, são amplos e todos os seus elos são importantes, com especial destaque para a qualidade adequada da água, sem a qual a cadeia de proteção de profissionais e pacientes fica comprometida.

Woson - Biossegurança com Responsabilidade.

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Waldomiro Peixoto
Consultor Técnico Woson