A EMBALAGEM COMO BARREIRA CONTRA A CONTAMINAÇÃO.

A EMBALAGEM COMO BARREIRA CONTRA A CONTAMINAÇÃO.

O PAPEL GRAU CIRÚRGICO PRECISA SER AUTORIZADO PELA ANVISA, PORQUE TEM DE TER POROSIDADE CONTROLADA, QUALIDADE COMPROVADA DA CELULOSE E SEGUIR AS NORMAS OFICIAIS DE SEGURANÇA E QUALIDADE. É A BARRERIA MAIS USADA E SE DESTACA ENTRE TODAS.

 

Dentro de um ambiente clínico pode ocorrer a contaminação cruzada, cujos agentes podem ser: sangue, saliva, secreções e instrumentais contaminados.

Há também as vias de transmissão que podem ser: inalação, ingestão e inoculação por meio de membranas, mucosas ou ferimentos na pele, mãos e superfícies contaminadas etc.

Para prevenir a ação direta dos agentes de contaminação cruzada se utilizam barreiras físicas. E a embalagem é uma dessas barreiras.

Neste ponto entra em ação a estrela maior: o papel grau cirúrgico! É um material com duas lâminas, uma delas de plástico termo resistente e outra de SMS (spunbond-meltblown-spunbond), fundidas lateralmente, onde se encontram indicadores químicos que evidenciam quando foi submetido ao calor e pressão de autoclave.

O papel grau cirúrgico precisa ser autorizado pela ANVISA, porque precisar ter porosidade controlada e seguir as normas oficiais de segurança e qualidade.

 

Dicas importantes:

  1. O material a ser embalado deve estar absolutamente limpo, preferencialmente submetido à lavagem ultrassônica, que remove sujidades ou resíduos orgânicos das estruturas profundas dos materiais.
  2. A retenção de sujidades (fluidos orgânicos, por exemplo) se potencializa em peças de mão, materiais ocos e acanulados, articulados e com superfícies irregulares. E apresentam maior desafio ainda quando há condutos, engrenagens e rolamentos.
    Material com sujidades e ou matéria orgânica não se esteriliza. Então a regra é limpar, limpar e limpar.
  3. O material deve ser enxaguado com água filtrada ou água purificada para minimizar a presença de sais da água da pré-lavagem. Os sais são os grandes vilões responsáveis pela oxidação de instrumentos e manchas, além de muito contribuírem para cegar instrumentos de corte. 
  4. O enxágue de material com lúmen deve-se fazer idealmente com pistola de água sob pressão se possível. É imperioso que se eliminem as matérias orgânicas e inorgânicas inoculadas, altamente danosas para a esterilidade do material autoclavado. 
  5. A secagem do material é outro cuidado importante e deve igualmente ser feito com pistola de ar comprimido isento de óleo, principalmente em articulações, lumens, superfícies rugosas ou irregulares.
  6. A secagem com tecido costuma deixar fiapos presos na superfície do material, que podem manchá-lo quando da secagem no final do processo de esterilização. A exceção é o tecido tipo Perfex, que tem alto poder de absorção de umidade e não solta fiapos.
  7. A qualidade de selagem está entre os cuidados mais importantes, para que os pacotes ou envelopes não abram durante a esterilização e manipulação. O descolamento de uma solda compromete fatalmente a esterilidade do material e não pode ser colocado em reuso.
  8. Materiais colocados no envelope devem ser de natureza similar. Por exemplo, plástico com plástico, metal com metal, têxtil com têxtil, borracha com borracha etc.
  9. Instrumentos com corte devem ser acondicionados nos envelopes ou pacotes de forma que (o corte) não toque em outra superfície para não se danificar.
  10. Instrumentos pontiagudos devem ter as pontas protegidas para não perfurarem o envelope ou pacote e nem causar ferimentos durante a manipulação.
  11. Os envelopes ou pacotes devem ser datados e identificados com caneta ou etiqueta apropriadas para não perder a nitidez, importante para o controle de validade e gestão de armazenamento.
  12. Embalagens excessivamente cheias influenciam a qualidade da esterilização, além de forçar as soldas da selagem e contribuir para seu rompimento.
  13. E bandejas também muito cheias interferem na qualidade da esterilização.

Resumindo: deve-se fazer de tudo para que o material esterilizado corretamente tenha a sua esterilidade protegida, sob pena de comprometer toda a cadeia de proteção dos profissionais e pacientes. 

Woson
Biossegurança com Responsabilidade.

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Waldomiro Peixoto
Consultor Técnico Woson